terça-feira, 3 de abril de 2018

Expulsões de diplomatas russos, pelos EUA: Pior lado das intenções do 'ocidente'

27/3/2019, Global Times [do Partido Comunista Chinês], Pequim, China


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



Dia 26 de março, EUA, Canadá e vários países da União Europeia expulsaram diplomatas russos das respectivas embaixadas e consulados, como ato de retaliação contra um alegado envenenamento, que teria sido obra de russos, de um agente duplo, Sergei Skripal e sua filha. No momento em que escrevemos, 19 países, incluindo 15 estados-membros da União Europeia, mostraram o apoio à Grã-Bretanha ao aplicar aquelas medidas.


Dia 4 de março, Skripal e sua filha Yulia foram hospitalizados às pressas, depois de serem encontrados inconscientes numa praça em Salisbury. Mais tarde foi noticiado que pai e filha teriam tido contato com um obscuro produto tóxico, com efeito neurológico. O governo do Reino Unido disse que os Skripals foram atacados por "Novichok," poderoso agente químico de efeito neurológico da era soviética, usado pelos militares.

O governo britânico não forneceu qualquer prova que conectasse a Rússia ao crime, mas desde o início mostrou-se seguro de que não poderia haver qualquer outra "explicação razoável" para a tentativa de assassinato. A Grã-Bretanha mostrou-se tão convencida de sua 'teoria russa', que não perdeu tempo para se por a aplicar sanções à Rússia, expulsando de Londres diplomatas russos. Pouco depois, altos funcionários na capital do Reino Unido entraram em contato com a OTAN e aliados, os quais lhes garantiram apoio imediato. 

As acusações que os países ocidentais gritam contra a Rússia baseiam-se em motivos ocultos, mais ou menos como os chineses usam a expressão "poderia ser verdade", para aproveitar uma oportunidade desejada. Do ponto de vista de uma terceira pessoa, os princípios e a lógica diplomática por trás desses esforços drásticos são falhos, para nem dizer que expulsar diplomatas russos quase simultaneamente é modalidade brutal de comportamento.

São ações que pouco impacto têm, além de fazer aumentar a hostilidade e o ódio entre a Rússia e seus contrapartes ocidentais

O governo da Grã-Bretanha deve fazer investigar, por investigadores independentes e representantes da comunidade internacional, o envenenamento dos Skripal. Esforço nesse sentido garantiria resultados suficientemente confiáveis para que os que acompanham o caso possam formar opinião sobre quem deva ser acusado desse crime. Hoje, o que se vê é que a maioria dos que apoiam a conclusão viciosa da Grã-Bretanha são todos membros da OTAN ou da União Europeia, e uns poucos países que sempre se mantêm ao lado do Reino Unido por efeito de relações mais antigas.

O fato de as maiores potências ocidentais reunirem-se como gangue de bandoleiros e "sentenciar" outro país, sem seguir os procedimentos que regem a maioria dos países e desrespeitar os postulados básicos da lei internacional é assustador. Durante a Guerra Fria, nenhuma nação ocidental se atreveria a cometer provocação dessa monta. Hoje, as coisas são feitas com ilimitada facilidade. 

Ao longo dos últimos poucos anos, o padrão ocidental foi degradado e manipulado de modos jamais vistos antes. A razão fundamental que jaz por trás do rebaixamento dos padrões globais tem raízes nas disparidades de poder estabelecidas no pós-Guerra Fria. 

Os EUA com seus aliados contaminaram com suas ambições os padrões internacionais, de modo que essas ações, apresentadas como se respeitassem um conjunto de procedimentos e protocolos padrões, já não passavam de meios e modos para extrair lucros exclusivamente para os próprios EUA. Essas mesmas nações ativaram a pleno vapor várias grandes plataformas para modelagem da opinião pública e agências jornalísticas em várias mídias para defender e justificar aqueles privilégios.

Como se vê hoje, mais nações estão sendo violentadas pela retórica ocidental e suas medidas diplomáticas absurdas, insensatas. No fim, os EUA obrigam os líderes dessas nações a usar um chapéu em que se leem slogans e motes de repetição como "opressor do próprio povo", "ditador", "autoritário", "culpado de limpeza étnica", sem qualquer consideração aos que sejam inocentes.

É muito além de ofensivo o modo como EUA e Europa trataram a Rússia. São ações frívolas, temerárias e irresponsáveis que hoje já caracterizam a hegemonia ocidental, que só entende de degradar e contaminar as relações internacionais 

É chegado o momento perfeito para nações não ocidentais fortalecerem sua unidade e seus esforços colaborativos entre elas. Essas nações têm de estabelecer um nível de independência fora do alcance da influência ocidental, ao mesmo tempo em que rompem as cadeias de declarações de monopolização, atribuições predeterminadas. E têm de valorizar suas próprias capacidades de julgamento. 

O ocidente não passa de pequena fração do mundo, que já nem se compara ao representante global que chegou a pensar que fosse.

As minorias silenciadas na comunidade internacional têm de se aperceber disso e provar ao mundo, precisamente já, e por ações, o quão profundamente tudo isso está bem compreendido para elas.

Claro que todos sabemos que conseguir que se organizem esforços internacionais coletivos nessa direção é muito mais fácil de dizer, que de fazer, porque é indispensável arregimentar apoios de base, antes de as coisas acontecerem. Até que surja uma nova linha de aliados organizados, associações multinacionais como os BRICS, ou mesmo como a Organização de Cooperação de Xangai, têm de garantir recursos para essas nações não ocidentais e ativamente criar alianças com elas.

O que a Rússia está experienciando deve servir para que todos vejamos com clareza que outras nações ocidentais devem esperar idêntico tratamento, em futuro não distante. Expulsar diplomatas simultaneamente de vários países dificilmente conseguiria deter a Rússia. Na verdade, já se vê aí uma tática de intimidação que se tornou emblemáticas de nações ocidentais e, além do mais, tais medidas não têm apoio na legislação internacional e, assim, são injustificáveis e inadmissíveis. Mais importante, a comunidade internacional deve contar com instrumentos e meios para contrabalançar tais ações injustificáveis.

Já se sabe em todo o mundo que não se pode aceitar nem estimular a repetição de acusações levianas que um país faça a outro e que não venham acompanhadas de provas, resultado de investigação profissional completa. E a expulsão simultânea de diplomatas é modalidade de comportamento não civilizado que tem de ser abolido imediatamente.*****

Um comentário:

Anônimo disse...

O meganha verde-oliva que quer prender o LULA, já teria fechado a embaixada da RÚSSIA e fuzilado todos os diplomatas da RÚSSIA na America Latrina!!!! A RÚSSIA quer acabar com o mundo e o __braZiU$$A__, sendo que aqui o agente secreto de Moscou, Sr. LULA, deverá ser incinerado na Base TABAJARA de Guantânamo de Curitiba, sob aos auspícios do dr. __çerjiou mengele murror__ .