quinta-feira, 26 de março de 2015

Juiz que incitou ódio contra Dilma será investigado pelo CNJ

O Judiciário brasileiro vem, já há algum tempo, protagonizando situações que nos levam a questionar não só a idoneidade, mas especialmente o preparo dos profissionais da área. São Juízes e membros do Ministério Público que frequentemente vêm a público manifestar opiniões, fazer gracejos e piadas que não condizem com o importante papel que exercem no corpo das instituições do país.



Recentemente tivemos o caso do Juiz Flávio Roberto de Souza, titular da 3ª Vara Federal do Rio que, responsável pelo caso do empresário Eike Batista, além de conceder entrevistas um tanto comprometedoras pela falta de equilíbrio e isenção ao tratar do caso, também se arvorou a usufruir dos bens apreendidos do empresário, confessando posteriormente ter também desviado cerca de R$ 837 mil em dinheiro.

Não é incomum vermos promotores se manifestando de forma leviana nas redes sociais sobre temas relacionados a casos em que estão trabalhando, o que no mínimo fere os princípios da ética 3e isenção necessários ao exercício do cargo.

O caso do momento é o do juiz federal Alexandre Infante. Contradizendo os princípios básicos de conduta da profissão, o mesmo foi às redes sociais incitar ódio contra a Presidenta Dilma. Ele publicou no Twitter, no Dia Internacional da Mulher, uma ‘piada’ sobre a sanção da Lei do Feminicídio pela presidenta Dilma Rousseff. Infante questionou se, ao sancionar a lei, Dilma não estaria legislando em causa própria.



O caso repercutiu na mídia e nas redes sociais, gerando reações as mais indignadas. Hoje, quarta-feira (25), a deputada federal Érika Kokay (PT-DF) ingressou com representação na Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ) contra o Juiz, que inclusive é diretor da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe). Uma vergonha para a categoria.

A deputada petista classificou a agressão do juiz à presidenta Dilma como um “deboche”.

“É um verdadeiro desdém diante do grave problema social da discriminação de gênero, que vitima, diariamente, milhares de mulheres no Brasil”, disse.

O caso será investigado pela juíza auxiliar Márcia Maria Milanez, responsável pela região de Minas Gerais. Érika também enviou um ofício ao presidente do CNJ, Ricardo Lewandowski, para que ele exija uma retratação por parte do juiz.

Até quando a sociedade brasileira aturará a ação destes profissionais despreparados, que muitas vezes agem em nome de escusos interesses partidários, quando na verdade deveriam estar servindo ao povo, independente de ideologias ou cor partidária.

Vai ficando cada vez mais claro que nossa Constituição, da forma como está, estimula tais comportamentos por parte dos membros do judiciário, pois confere poderes quase ilimitados a este Poder da República.

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